26 de novembro de 2011

i've lost myself.

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dizer que me sinto incompleta não chega. dizer que me falta algo não chega. dizer que continuo aqui, sentada, à espera de um milagre é a verdade. posso ser sincera e dizer que me sinto infeliz com a minha vida? posso ser egoísta a esse ponto? porque se formos a ver bem, há pessoas no mundo em estados muito piores que o meu. mas eu não sou elas. eu sou eu e esta é a minha vida. e eu neste momento não gosto da minha vida. queria poder dizer o contrário, queria ser capaz de mentir e dizer que a minha vida é maravilhosa e fantástica e que não mudaria nada. mas estaria a mentir. e se há coisa que eu não sou é mentirosa. por isso sou sincera. e egoísta. e digo com todas as minhas forças que estou saturada da vida que levo. a cada dia que passa sinto-me cair num buraco donde não conseguirei sair, com ou sem ajuda. a cada dia que passa vejo-me perder. a cada dia que passa perco um pedacinho de mim, um pedacinho das minhas paixões, das minhas ambições, da minha essência. a cada dia que passa perco-me cada vez mais. continuo a avançar, a caminhar em frente, a embaraçar-me cada vez mais numa floresta coberta de escuridão e dor. sem fim, sem saída e sem um caminho de retorno. não há nada a que me possa agarrar. sinto-me sozinha. apesar de não o estar, sinto que estou. sinto que ninguém tem a capacidade de me compreender. sinto-me vazia sem amor para dar, sem risos, sem vida...sinto-me oca. será normal, pergunto eu? será normal eu sentir-me assim apesar de, aparentemente ter o necessário? pois, a palavra chave é mesma essa: aparentemente. à superfície parece estar tudo bem. mas é cá dentro que tudo se passa. não consigo deixar de chorar todas as noites, quando assento a cabeça na almofada, não consigo deixar de ir abaixo vezes sem conta, não consigo deixar de me lamentar, não consigo deixar de estar infeliz. parece que as palavras ''não consigo'' são as únicas que constam no meu dicionário nestes últimos tempos. dantes não era assim. encarava cada dia como um desafio. um desafio excitante e entusiasmante que me dava vontade de continuar em frente. agora já não. o dia de hoje é uma merda e o dia de amanhã será igualmente merdoso. nada muda, tudo permanece igual. e assim a minha única vontade é a de permanecer deitada, quentinha a dormir, presa num mundo onde nada magoa, onde tudo é perfeito, onde todos os dias eu sou eu e não esta pessoa que tomou o meu lugar. a minha única vontade ultimamente é a de permanecer de olhos fechados, esperando que tudo passe e que tudo se resolva sozinho. estou a perder-me no meio deste oceano gelado e fatal. estou a perder-me e não há ninguém que me possa encontrar. só eu. mas eu já não sou eu. eu já não tenho a força, a ousadia ou a coragem para fazer seja o que for. eu já não sou eu. tão simples quanto isso.

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